Os dados preliminares antecipados pelo Painel do Clima são alarmantes e precisam forçar o nosso reposicionamento quanto à questão climática.
Nas últimas décadas, os sinais da atividade humana sobre o planeta se tornaram evidentes. Observa-se uma degradação do meio-ambiente, decorrente da descontrolada atividade predatória da humanidade, que já provoca sérias transformações com efeitos climáticos e socioambientais que já não admitem mais ceticismo. Estas transformações vêm sendo acompanhadas pela classe científica desde há muito tempo e fizeram ser dela o primeiro clamor alertando a humanidade sobre os reflexos e riscos envolvidos. Sensível a relevância do tema, em 1986 a ONU criou o Fórum Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change). Demoraram décadas para que a voz do orgão se fizesse ouvida. Hoje o Fórum é a maior autoridade global no tema e um sopro de esperança para o futuro do planeta.
Seu trabalho é estruturado sobre três grandes grupos de trabalho que primeiro coletam pesquisas cientificas em todo mundo relacionadas a trés temas – 1) aqueles que tratam dos efeitos nocivos da mudança climática, 2) aqueles que apontam seus impactos socioeconômicos e 3) aqueles que apontam iniciativas e possibilidades para solucionar os problemas existentes. Depois de classificados e compilados, os dados são submetidos a um comitê global para ajustes e correções. Depois são unificados no Relatório de Avaliação do Clima que traça um panorama da realidade climática global, seus números efeitos e possibilidades.,
Este é um trabalho de anos. O quinto relatório foi publicado em 2014 e o próximo está previsto para o ano que vem. Embora o relatório de 2022 ainda esteja em conclusão, alguns dos números por ele apurados já começaram a ser publicados coincidindo com os trágicos eventos climáticos que estão ocorrendo no mundo. Na edição desta quarta, veremos o que nos revelam estes números. Até lá