O Sexto Relatório do IPCC chegará em 2022 ambientado em um planeta em alerta e fustigado por fenômenos climáticos extremos.
Na postagem anterior vimos como o Fórum Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC ) foi criado e como ele colabora para o entendimento da relação do homem com o futuro do planeta. No próximo ano O IPCC apresentará seu sexto Relatório de Avaliação do Clima (Assessment Report 6). Mas, há pouco dias, o Grupo de Trabalho I (primeiro dos três que integram o IPCC e que trata dos efeitos nocivos da mudança climática provocada pelo homem) tornou público o sumário do conteúdo que está preparando para o Sexto Relatório. Em sua totalidade a publicação aponta que a ação humana está destruindo o planeta mediante a constatação dos seguintes fatos:
– Só no ano de 2010, os efeitos do aquecimento global no globo foram colaboraram para o desaparecimento de mais de cinco milhões de vidas;
– No último século, o aquecimento do planeta com perda do gelo natural elevou o nível dos oceanos em 20 cm;
– Há 125 mil anos, quando o planeta teve um aumento da temperatura média similar ao observado nestes 50 anos, a Groenlândia descongelou;
– O atual cenário de emissões de gases indica que o Acordo de Paris de 2015 (COP 21) já estará ultrapassado antes mesmo de 2040;
– Cada meio grau de aquecimento médio aumenta a frequência e intensidade das ondas de calor e frio e das inundações e estiagens;
– A degradação do ambiente também retira dele a capacidade de estabilizar ou moderar o clima. Estamos neutralizando nosso maior aliado.
– Mesmo que estabilizássemos hoje o aquecimento, eventos extremos sem precedentes no registro histórico continuarão a acontecer;
– Geleiras de montanha e polares estão empenhadas em continuar derretendo por décadas ou séculos;
– A diminuição da biodiversidade, a redução dos espaços naturais e a quebra dos ecossistemas sujeitarão o homem a riscos sanitários inéditos.
– A elevação do nível do mar continuará por centenas ou milhares de anos, mesmo nos cenários climáticos mais promissores.
O cenário que temos hoje é resultado de uma ação de longo prazo do homem. Portanto, mesmo se o desfizéssemos num curto prazo, se passariam muitos anos até que a degradação cessasse e tivéssemos um hipotético princípio de reversão. Finalizando esta série, veremos nesta sexta como o Brasil se insere nesta problemática e quais os prováveis desdobramentos que ela nos trará.