Sem pensar criticamente nós não adquirimos voz própria e nem nos apropriamos das ideias que formulamos e opiniões que emitimos.
O pensamento crítico é uma habilidade fundamental para a qualidade da nossa relação com o mundo, com a vida. Em casa, no trabalho, na sociedade e no estado, quanto mais conscientemente críticas forem as pessoas, melhores serão as condições para a prevalência universal da sensatez, do equilíbrio e da assertividade. Indivíduos dotados de raciocínio crítico ampliam os horizontes e diversificam as possibilidades contribuindo para o empoderamento do seu entorno. Mas o que é pensar criticamente no dia a dia?
Para começar, é preciso estabelecer que o pensamento crítico é a capacidade de avaliar algo de maneira isenta. Não é julgar ou classificar, é apenas avaliar mesmo. Para avaliar, primeiro tentamos entender a natureza daquilo que observamos considerando referências, fatores, motivações, circunstâncias e argumentos envolvidos na situação observada. Por exemplo, quantas vezes você se decepcionou, se irritou ou até desclassificou algo ou alguém para depois se constranger ao descobrir que aquele resultado tinha uma razão justificável. E se sentiu mal por ter prejulgado, criticado, se irritado, sem ter considerado a possibilidade de que aquele resultado só poderia ter mesmo ser atribuído a uma força maior.
Vejamos, então, o que o pensamento crítico agrega às nossas vidas:
- Incentiva a postura curiosa e investigativa que garante a construção de um conhecimento de valor agregado;
- Frutifica a criatividade;
- Empodera a flexibilidade e a empatia;
- Estrutura os protocolos mentais que formulam as ideias e sedimentam as opiniões;
- Promove a autonomia intelectual que barra a influencialização e as doutrinações;
- Afia o senso crítico erradicando as crenças limitantes que sustentam as certezas infundadas e alimentam as fake News.
E quais são as habilidades pessoais que contribuem para a formação de um pensamento crítico?
Capacidade de observação
(a aplicação de todos os sentidos para ampliar os recursos de análise das situações)
Foco
(não basta olhar é preciso observar para poder ver o que está acontecendo e encontrar onde concentrar a atenção)
Raciocínio estruturado
(apenas com a aplicação da lógica será possível alinhar o raciocínio que fundamenta os nossos argumentos e opiniões)
Curiosidade
(não é o simples perguntar ou questionar, é interagir positivamente buscando conhecer e aprender o diferente, o novo, o inusitado, o desafiador)
Empatia
(é calçando os sapatos do outro que nos tornaremos realmente capazes de “enxergar as coisas como as outras pessoas as veem)
Avaliação objetiva
(é preciso desligar os nossos filtros (ideias, conceitos e preferências) para poder isentar corretamente nossas avaliações)
Habilidade analítica
(necessitamos de repertório e prática para poder analisar algo, fazer comparações, estruturar entendimento e tirar conclusões sobre algo)
Criatividade
(o indivíduo criativo é aquele que vê no diferente o fermento da sua inventividade)
Autonomia
(autonomia é a capacidade de tomar decisões, manifestar opiniões ou proposições embasadas em conceitos e percepções de elaboração própria)
Discernimento
(é a preciosa capacidade de distinguir claramente as coisas, principalmente o racional do irracional)
O desenvolvimento destas habilidades requer uma ampliação do nosso repertório de recursos o que só se dá mediante nosso deliberado contato com o novo, com o diferente, com o desafiador. Para isso, é preciso ultrapassar padrões e quebrar rotinas. Pratique o pensamento equilibrado, priorize a moderação mental e emocional, invista na consciência situacional e no desenvolvimento da sua inteligência emocional.
Quem gerencia o que fala, não corre o risco das suas opiniões relevarem muito mais quem se é do que aquilo que se pensa.