A resiliência das PMEs.

OCDE recomenda que as empresas aprendam com a notável resiliência e superação que algumas PMEs estão apresentando durante a crise.


Os impactos econômicos provocados pela pandemia expuseram a multiplicidade existente no mercado das micro, pequenas e médias empresas. Embora o abalo tenha sido universal e seus desdobramentos ainda estejam em curso, não são poucas aquelas que até prosperam em meio a essa tormenta. Foi o que revelou pesquisa global realizada pela OCDE (Organização Mundial para a Cooperação e Desenvolvimento) que revelou quais experiências e práticas foram responsáveis pelo sucesso que elas apresentam neste momento tão tumultuado.

Para a OCDE, a pandemia provou uma queda entre 30% e 50% no faturamento das PMEs de todo mundo. Mas algumas delas mostraram uma resiliência financeira, capacidade organizacional e foco estratégico suficientes para melhor se adaptar e continuar crescendo mesmo durante a crise. Mais notavelmente, elas aceleraram a digitalização, incluindo automação e mudanças para canais online e trabalho remoto ou híbrido; reorganização e requalificação funcional para melhora da eficiência operacional e ainda se tornaram mais ageis incrementando a inovação dos seus e produtos e modelos de negócios. Para a OCDE, estas posturas foram determinantes para os resultados observados nestas empresas e precisam ser disseminados por todo o ecossistema empresarial para um urgente fortalecimento da economia, visto que a turbulência econômica prosseguira mesmo depois do fim da pandemia.

Estas são algumas lições da PMEs que os líderes das empresas de todos os portes devem oservar doravante:

Capacidade digital mais profunda
Os negócios que melhor se sustentaram foram aqueles que já experimentavam o digital. Essas organizações tiveram confiança e capacidade para as mudanças e desafios que lhes foram exigidos. Mas, o que a experiência deixou claro para elas, é que a digitalização em si não é uma varinha mágica – ela se torna poderosa apenas quando integrada com propósitos, planejamento, instrumentalização, processos e habilidades (pessoas).

Reformulação do trabalho
O trabalho passa por uma revolução. A mobilidade favorecida pela nuvem e compelida pela pandemia, fez do home-office um formato de trabalho efetivo. Mas a resposta do home-office depende de uma reformulação que seja ajustada para a eficiência, para a adequação e para a flexibilidade exigida. A princípio, as PMEs tem a seu favor facilitadores como reduzidas camadas hierárquicas e menor complexidade organizacional. Mas tudo isso precisa ser bem gerenciado para resultar.

Transições de habilidades e recrutamento
Para as PMEs, o desafio e o esforço para captar talentos se agiganta, mas seu reusultado è mais relevante e compensador. Isso porque a pesquisa detectou que a qualidade da força de trabalho tem direta relação com a produtividade, a inovação e a competitividade do negócio. Também constatou que equipes onde a diversidade alcança a liderança obtém resultados 70% superiores aos das demais. Até a flexibilidade, a agilidade e a adaptabilidade é gritantemente superior nestas empresas.
Mas, é igualmente importante para elas também qualificar seus quadros. Investir seriamente em capacitação e no desenvolvimento pessoal e de carreiras das pessoas gera resultados internos fantásticos. E, isto, por um custo menor, um retorno maior, e enorme satisfação pessoal.

Agilidade e inovação
A agilidade é a chave do sucesso nas estratégias de sobrevivência das empresas bem-sucedidas. Mas, na crise de 2008, foram a estabilidade e a resiliência os fatores de destaque. Como as pequenas e médias empresas estão conciliando estes dois rumos?

  • Hoje, é importante que as empresas façam planos olhando seriamente para riscos e ameaças, mesmo que hipotéticos. É fundamental que as experiência vivida sejam liçoes aprendidas.
  • Pensar em modelos que permitam redimensionamentos rápidos ou alterações súbitas do que for necessário para uma ágil readaptação é imprescindível.
  • Igualmente relevante, é estimular propósitos e valores que resistam ao tempo e às intempéries.
  • Por último, inovar sempre. Este momento tem mostrado que, em meio a uma situação disruptiva, a capacidade inovadora se mostra como o único fator para a efetiva recuperação de um negócio e para a reconstrução dos diferenciais e vantagens do negócio.

Apesar dos desafios sem precedentes, as pequenas e médias empresas tem sido prodigas em nos ensinar a enfrentar a adversidade e superá-las. É hora de seguir estes bons exemplos sabendo que, se as crises são inevitáveis, quem aprende com elas se fortalece para o futuro.

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