Pressionados pelos fatos, governantes de todo mundo se viram forçados a agir diante da escalada dos ataques proferidos pelo cibercrime.
Ao longo deste ano, assistimos abestalhados a uma sequência de ataques Ransomware muito bem-sucedidos contra dezenas de multinacionais do topo da pirâmide corporativa. Só em 2021 os hackers já estorquiram centenas de milhoes de dólares destas corporações sem que se conseguisse responsabilizar nenhum criminoso sequer. Para piorar, não há nenhum novo trunfo no horizonte próximo dos desenvolvedores de sistemas e dos fornecedores de soluções protetivas. Por enquanto, a vulnerabilidade destes recursos segue firme em nível bem abaixo do aceitável.
Veja como a criticidade da situação, que também contempla uma série de impactantes vazamentos de dados, finalmente conveceu o estado a abandonar sua confortável passividade e entrar na guerra:
- De cara, este mês o FBI recomendou ao governo americano que eleve os ataques cibernéticos à categoria de terrorismo internacional;
- Na recém encerrada reunião do G7, o tema foi destaque nas discussões ocorridas entre os líderes mundiais;
- Encerrados os trabalhos do G7, Biden se reuniu com Putin para tratar do envolvimento da Rússia, tanto na divulgação de fake news para a manipulação da opinião pública por razões políticas em diversas partes do mundo, quanto nos ataques cibernéticos que a Rússia sabidamente protagoniza já há tempos;
- Esta semana, a União Europeia anunciou a criação de um organismo regional destinado ao combate da escalada do cibercrime e manifestou o desejo de um alinhamento operacional com os órgãos americanos similares pela contenção do ímpeto hacker.
Estes acontecimentos renovam nossas esperanças de uma melhoria no ambiente digital global. Mas a efetivação dessa expectativa terá de aguardar os próximos capítulos desta, até agora, infindável novela.